
Algum cedro morto sustenta meu copo vazio que logo se enche com um movimento positivo da cabeça. Observo o líquido que tem a cor de um fim de tarde dominical e penso "o que me faz falta é o que já não me faz falta". Olho para minhas mãos, minhas unhas, crescem, o prato de flores cresce, o sorriso da garçonete de olhar opaco, cresce, a criança chora à partida do pai, cresce, cresce! creche! cheque! xeque. Esse sexo de imagens já me interessou, mas agora não passa de fragmentos no meu inconsciente, conviver com a solidão é um trabalho duro, mas também rende bons frutos, mato minha bebida sem misericórdia, levanto-me e sorrio, vejo rostos indiferentes e esboços de simpatia, jogo um adeus pro ar e sigo meu rumo.