segunda-feira, 7 de junho de 2010
Poema Terrestre
Todas as vezes que acordo
sei como vai ser o dia
não consigo ter olhar de pássaro
como Manoel
as vezes sim,
mas eu, quando pássaro, não tenho asas
é daí que vem meus escritos
minhas palavras no papel
como um ícaro decadente
tento enxergar como Caeiro e Barros
mas meus olhos ainda não
atingiram a altura do sol
Nem falam com e como chão
Não queria nem escrever agora
mas eu preciso
me exorcizo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
"the power of christ compels you"!! como os padres ficavam repetindo no filme :o)
muito bonito!
NUM ACORDE D'AGUA
-Havia flores pregadas na parede
Do silêncio das venezianas
Ao assoalho latejante de um cômodo qualquer
Corriam pelas portas as crianças
Que não passavam de vento
Que não ventavam apenas aquilo que se passa
Brincavam de ser homem
Foi como tudo começou
Arrebentou as ondas mais altas
Murchou os mais vastos campos de girassóis
e do pequeno menino se fez o nada
As paredes todas decoradas
Pisadas no suor da saudade
Trouxe de volta
A fina luz entre as folhas
E num único desejar da brisa
Eu vi que os galhos se balançaram
A grama se fez sedutora
Subiu as escadas de pedras tão lisas
Invadiu as portas da frente
Girou o corpo em uma braçada e no silêncio
Do tapete de entrada
Eu era uma árvore de flor e fim
Postar um comentário